Sobre o livro: ano / - Obrigado do fundo do coração, doutor, por não ter medo de me fazer um aborto há dezenove anos. Obrigado... - E a mulher se curva pela cintura... Isto é da “última palavra” do réu médico-chefe Konkin. A mulher agradeceu ao médico pelo fato de ela, assim como sua compatriota, não ter dado à luz um filho há dezenove anos. Porque levaram rapazes de dezanove anos da sua aldeia para irem para a guerra no Afeganistão, e lá foram mortos e brutalmente mutilados. “O Livro das Últimas Palavras” é um livro terrível. Terrível por sua banalidade, pela banalidade das histórias nele descritas. Comum para um país que se autodenomina o mais pacífico, o mais gentil. Neste país, a norma era espionar uns aos outros, espionar e informar. Provocadores, assassinos são comunistas ideológicos. Neste país, é crime consertar sapatos, usar tecnologias avançadas para criação de gado. Neste país, para que as pessoas não fujam, eles têm cães especiais que, se acontecer alguma coisa. , vai morder até a morte. E esses cães são alimentados melhor do que as pessoas. Trinta e cinco crimes são descritos no “Livro das Últimas Palavras”. E todo criminoso tem a última palavra no tribunal. Como num filme indiano, o autor permite que seus personagens expressem tudo até o fim, pontilhando todos os i’s. E esses heróis, com espontaneidade infantil, descrevem-nos cenas do teatro do absurdo, que durante mais de setenta anos foi chamado de União Soviética.…